BRUNNA SALVINO, DE CAMPO GRANDE
Em entrevista à CNN Brasil durante a semana, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o próximo presidente, “quem quer que seja”, não conseguirá governar o Brasil com o atual modelo fiscal.
A declaração de Tebet causou surpresa ao colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Carlos Andreazza. Em seu podcast de sexta-feira (14), o jornalista se disse impressionado com a sinceridade da ministra, mas lembrou que ela faz parte dos problemas desde a PEC da Transição, antes mesmo de ela e Lula tomarem posse.
“O podcast de hoje poderia se chamar ‘Simone Tebet sincera’ pela franqueza. Mas a ministra age como se tivesse chegado agora, depois de um longo período em Marte, para constatar o óbvio: ser franca com a realidade”, afirmou Andreazza.
A ministra age como se tivesse chegado agora, depois de um longo período em Marte, para constatar o óbvio: ser franca com a realidade” — Carlos Andreazza, colunista do Estadão
Segundo ele, Simone Tebet “parece observadora externa sobre o cenário do Brasil, como se não fizesse parte do governo, do problema”. Ironizou declaração da ministra sobre o fato de o próximo presidente não conseguir governar o Brasil: “Mas jura, Simone?”
O colunista diz que o governo Lula chegou à mais metade do mandato sem qualquer preocupação. “É claro: o arcabouço fiscal nasceu morto, na origem. Nós apontamos isso aqui. Não há sustentação fiscal para manter o país de pé. Essa regra fiscal nunca foi limitadora de nada”, argumentou.
Ironizou declaração da ministra sobre o fato de o próximo presidente não conseguir governar o Brasil: “Mas jura, Simone?”
Senado
Ao participar na sexta-feira (14) da reinauguração do Aeroporto de Dourados na companhia do governador Eduardo Riedel, do ministro de Porto e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e de outras autoridades, Simone não descartou ser pré-candidata ao Senado em 2026.
Em entrevista à TV Morena, Simone disse que “aguardará os acontecimentos” e “conversar com a população”, o que ela faz, pelo menos em Mato Grosso do Sul, desde que assumiu o Ministério do Planejamento, em 1º de janeiro de 2023.
A situação da ministra no Estado não é nada boa, tanto pessoal quanto politicamente, uma vez que as alianças articuladas até o momento não a incluem em qualquer chapa para o Senado.
Simone disse que “aguardará os acontecimentos” e “conversar com a população” — Sobre disputar o Senado em 2026
Há, contudo, chances iguais de ela mudar o domicílio eleitoral para São Paulo, conforme apurações do MS em Brasília (ver aqui), onde o eleitorado preza pouco pela ligação do candidato com o estado, como ocorre há várias décadas com a eleição de candidatos oriundos de outros estados.