CAMPO GRANDE
Há mais de dez anos, Mato Grosso do Sul começou a abrir espaço para diversas produções, além da soja e da pecuária, que há décadas sustentavam, praticamente sozinhos, a economia estadual. A celulose chegou e já é um dos maiores produtores mundiais.
A vez agora é da suinocultura. O Estado conta cerca de 300 granjas, uma das atividades econômicas mais dinâmicas, gerando emprego, renda e desenvolvimento regional.
De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), atualmente, o Estado tem 119.582 matrizes em produção e mais de 3,39 milhões de suínos abatidos apenas em 2024.
A cadeia movimenta 129 empresas, gera cerca de 32 mil empregos diretos e já produziu 315 mil toneladas de carne suína neste ano, com projeção de crescimento de 10% para 2025.
Estado conta cerca de 300 granjas, uma das atividades econômicas mais dinâmicas, gerando emprego, renda e desenvolvimento regional
Esses dados foram divulgados durante o 7º Fórum de Desenvolvimento da Suinocultura de Mato Grosso do Sul, realizado pela Asumas em Dourados. Também apresentou os diferenciais competitivos do Estado, como a alta produtividade, disponibilidade de grãos a preços competitivos, estrutura moderna e políticas públicas de incentivo.
Um dos palestrantes, o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta, disse que a atividade se destaca não apenas pelo volume de produção, mas também pela integração com a indústria, pela segurança para investidores e pelo uso crescente de tecnologias sustentáveis.
“Como toda cadeia produtiva, a suinocultura traz um grande desenvolvimento econômico regional e estadual. A gente tem que partir do princípio de que as atividades do campo precisam se diversificar, e essa é uma atividade que se enquadra bem em pequenas propriedades”, argumentou.
“Como toda cadeia produtiva, a suinocultura traz um grande desenvolvimento econômico regional e estadual” — Rogério Beretta, secretário-executivo da Semadesc
Beretta afirmou que, apesar de atualmente exigir um volume expressivo de investimento, a suinocultura, por ser uma atividade integrada à indústria, “traz segurança para o investidor, promove o desenvolvimento local, gera empregos e movimenta uma cadeia de fornecedores de insumos, tanto para a indústria quanto para as propriedades rurais”.
Para o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, a diversificação da economia sul-mato-grossense ganhou impulso a partir de 2015, com a chegada do PSDB ao Governo do Estado.
Segundo ele, as gestões de Reinaldo Azambuja (2015-2022), que tiveram a participação direta do atual governador Eduardo Riedel, abriram caminho para que grandes grupos empresariais fossem instalados em diversas regiões.
“O que foi planejado lá atrás começou a surtir efeitos nos últimos anos. Temos tido um período de grande transformação na nossa economia, sem nos esquecer de manter o apoio a produtos que nos trouxeram até aqui, como a soja, o milho, a carne bovina, o minério, entre outras produções”, comentou.
“Temos tido um período de grande transformação na nossa economia, sem nos esquecer de manter o apoio a produtos que nos trouxeram até aqui” — Rodrigo Perez, secretário de Governo
Rodrigo Perez afirma que os números da economia sul-mato-grossense têm se colocado entre os primeiros no país, devido aos incentivos e investimentos feitos em diversos segmentos. Em 2025, por exemplo, a expectativa é que Mato Grosso do Sul e o vizinho Mato Grosso disputem sobre quem crescerá mais entre as 27 unidades da federação.
“Disputa sadia, cuja beneficiada será sempre a população desses estados e a brasileira. Produzir mais, em menor espaço de área e com alta qualidade. Essa é a receita”, argumenta o auxiliar do governador Eduardo Riedel.
Exemplo nacional
Beretta, por sua vez, destaca o protagonismo de Mato Grosso do Sul na suinocultura brasileira. “O Estado com certeza é uma referência. Todos os anos recebemos os balanços dos melhores índices de produção do Brasil e sempre estamos muito bem colocados, entre primeiro, segundo ou terceiro lugar”.
“O Estado com certeza é uma referência. Todos os anos estamos muito bem colocados nos índices de produção” — Rogério Beretta
Segundo ele, o Estado é referência tanto em tecnologia de produção quanto de abate e transformação. “A fábrica de Dourados é o que há de mais moderno em tecnologia de abate. É uma indústria que produz enormes quantidades de linguiça calabresa, presunto, bacon. Nossa suinocultura é, sem dúvida, uma das mais tecnológicas do país.”
Com Rosana Siqueira, da Comunicação da Semadesc do governo de MS