ANTONIO CARLOS TEIXEIRA (*)
Como temos afirmado a pelo menos dois anos nas redes sociais, Andrés Rueda não pode ser coisa de Deus. A partir do momento em que esse homem passou a comandar o Santos, em janeiro de 2021, tragédias começaram a ser desenhadas. Ele foi uma espécie de “As dez pragas do Egito no Santos”.
Pode parecer que ele tenha sido mandado pelo coisa-ruim, mas conseguiu se eleger presidente com apoio de conhecidos executivos brasileiros. Entre eles, Walter Schalka, presidente da Suzano, produtora de celulose; José Berenguer, da XP Investimentos; Eduardo Vassimon, da Votorantin; além do político Celso Jatene, cuja responsabilidade pelo descenso do Santos é das maiores.
Tais executivos, especialmente, nunca se permitiriam construir um projeto sólido para o Santos, em qualquer área. Têm poder e dinheiro. Mas são iguais a políticos. Aparecem de três em três anos, sempre para entregar ao clube algo com suas bênçãos, como se fosse coisa sagrada, ungida pelos deuses do meio empresarial, os “fodões”.
Tais executivos, especialmente, nunca se permitiriam construir um projeto sólido para o Santos, em qualquer área
Chegam, jogam a mercadoria no clube, gravam vídeos pedindo apoio, viram as costas e somem. O último pacote causou manchas indeléveis na história do Santos. Desde 1912, o torcedor nunca havia sofrido tanto como nesses três anos de Andrés Rueda, figura de difícil trato, arrogante, soberba, incompetente e apática.
Por diversas vezes, afirmamos que o dito presidente transmite sensação de derrota, apatia, confusão. O Santos parecia (e isso se confirmou, na prática) nas mãos de comandante embriagado, perdido em meio ao oceano, à deriva.
Rueda brigou tanto para presidir o Santos — a ponto de articular ardilosamente o afastamento criminoso de José Carlos Peres, em setembro de 2020, porque temia que ele fosse disputar a reeleição — que há torcedores com ideia fixa de que o rebaixamento foi premeditado.
Rueda brigou tanto para presidir o Santos que há torcedores com ideia fixa de que o rebaixamento foi premeditado
Foram tantos erros em três anos, que parte da torcida começa a fazer especulações nesse sentido: ele agiu para enfraquecer o clube a fim de, mais adiante, comprá-lo pela quantidade semelhante de dinheiro que recebeu pelas vendas dos meninos Ângelo e Deivid, transformando-o em SAF.
É, pois, nada mais que incompetência, aliada à soberba e ao desejo de fazer com que todos os ex-presidentes fossem considerados imprestáveis e ele, o maior de todos. Por ele, os presidentes anteriores tinham que ser jogados em um tacho com óleo quente para depois espalhar partes dos seus corpos pelas ruas de Santos, para execração dos torcedores.
Objetivamente, sugiro que o torcedor santista não deixe Rueda e sua turma em paz. Nada de violência porque isso, além de não ser a forma correta de cobrar responsabilidades, não permitiria a nós dizer verdades a ele, ou a eles.
Onde encontrar um desses — no teatro, no mercado, no shopping, restaurante, aeroporto, numa caminhada, no parque, ou mesmo na rua — não deixe de cobrá-lo publicamente, em tom de voz capaz de fazer com que todos a sua volta ouçam: “Você também foi responsável pelo rebaixamento do Santos. Você arruinou o clube de Pelé e de milhões de brasileiros. Cretino!”.
“Você também foi responsável pelo rebaixamento do Santos. Você arruinou o clube de Pelé e de milhões de brasileiros. Cretino!”
Pronto. Sem agressão, sem qualquer gesto físico que possa impedir você de botar para fora o que está entalado na garganta. Que eles sejam tratados como pessoas não mais pertencentes ao meio santista. Que sejam alijadas do nosso meio para que suas caras não nos façam lembrar do momento mais triste da nossa história: o rebaixamento, a queda para a Série B, após mais de 111 anos.
Suma, Rueda! E leve contigo as outras pragas do Egito. Você e seus padrinhos deveriam ser responsabilizados pela mancha grande e profunda que causaram na história de um dos maiores clubes do mundo. Só vocês não sabiam o que tinham nas mãos.
D-E-S-G-R-A-Ç-A-D-O-S!!!
(*) Torcedor do Santos, jornalista, assessor na Receita Federal, pós-graduado em Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro pela Universidade Católica de Brasília (UCB); especializando-se em Criptoativos – Rastreamento, Ilícitos Criminais e Tributários (RFB).
Twitter: @actbrasilia